VOLTAR
21.05.2021   |   #Saúde #Economia

A pandemia e suas nuances na saúde, economia e comportamento

Monica Portella

Diretora científica e de cursos de extensão do CPAF-RJ

O Brasil é campeão mundial em casos de transtornos ansiosos. Nos últimos tempos, vimos os casos de transtornos de ansiedade aumentarem exponencialmente em função da pandemia. De acordo com pesquisas, para cada 100 casos de Covid-19 há mais de 7.000 casos de transtornos de ansiedade. Segundo uma metanálise da Universidade de Duke, 1 a cada 3 pessoas no planeta desenvolveu algum sintoma de ansiedade, depressão, TEPT ou insônia durante a Pandemia.

A Covid-19 não traz apenas sintomas de ordem fisiológica, pode trazer sequelas de saúde mental, emocionais e econômicas para grande parte da população. Essas, em termos de doença mental, podem durar anos. Um quadro de ansiedade ou depressão não irá acabar com a Pandemia, com certeza teremos alguns meses ou até mesmo anos de instabilidade emocional e estresse.

Algumas estratégias podem auxiliar portadores de transtorno de ansiedade que tiveram Covid-19 e se recuperaram, como por exemplo, construir metas (no sentido de enxergar uma saída, mesmo diante de um cenário nebuloso e incerto economicamente) e focar no propósito de vida durante e após a doença. O contato frequente (mesmo que virtual) com a rede de apoio, e focar no que pode ser feito daqui pra frente, também irão fazer a diferença nesse momento de muita insegurança.

Em um mundo, vivendo um momento de pandemia, sofremos várias alterações e uma delas foi a forma como passamos a lidar com nossas metas e de que forma podemos estabelecer esses prazos para alcançar nossos objetivos. Tudo mudou. Se basear na realidade, focar no presente e reconhecer os limites e fraquezas vem sendo a fórmula ideal na hora de se estabelecer metas possíveis e isso vai nos ajudar a avançar.

Vivemos um momento de total resiliência e possibilidades reais. A resiliência pode ser descrita como a capacidade de resistir e lidar bem com a adversidade ou crise. Pessoas resilientes recuperam-se mais rapidamente de problemas, crises, adversidades e até mesmo eventos traumáticos (acidentes, sequestro e eventos envolvendo morte de terceiros e\ou violência) de uma maneira geral, sendo que pessoas altamente resilientes podem crescer e até mesmo se tornar melhores depois de uma grande crise ou evento traumático (crescimento pós-traumático).

Em suma, é a atitude mental que vai fazer a diferença, nesse momento, assim como também a reinterpretação da situação, a aceitação, e os mecanismos de enfrentamento.

Mais notícias